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01 de novembro de 2016

Situação das rodovias do país piora e 58,2% estão com problemas, diz CNT


Pesquisa divulgada nesta quarta-feira (26) pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) aponta que 58,2% das rodovias brasileiras, o equivalente a 60.165 quilômetros, apresentam algum problema e são consideradas em estado péssimo, ruim ou regular. O estudo avaliou 103.259 quilômetros de estradas.
 
O percentual de rodovias com problemas é maior do que verificado na pesquisa anterior, de 2015, quando 57,3% apresentavam algum tipo de deficiência, seja de pavimentação, sinalização ou geometria da via.
 
Segundo a pesquisa, 6.487 quilômetros estavam em péssimo estado, o que representa 6,3% do total pesquisado pela confederação. O percentual é o mesmo da pesquisa de 2015. No entanto, aumentou o volume de rodovias consideradas ruins: eram 16,1% em 2015 e, neste ano, 17,3%.
 
Da extensão pesquisada pela CNT, 41,8% estava em bom ou ótimo estado, um total de 43.094 quilômetros, sendo 11.936 quilômetros em ótimo estado e 31.158 quilômetros classificados como bom. Na pesquisa divulgada no ano passado, 42,7% das rodovias foram apontadas como em bom ou ótimo estado.
Pesquisa da CNT sobre rodovias 2016 (Foto: Divulgação/CNT)
 
 
Pontos críticos
De acordo com a CNT, a pesquisa encontrou 414 pontos críticos, que são trechos com buracos grandes, quedas de barreiras, pontes caídas e erosões. O número é 26,6% maior que o verificado na pesquisa do ano passado, quando foram encontrados 327 pontos críticos.
 
A pesquisa encontrou 13 quedas de barreira, quatro pontes caídas, 93 erosões na pista e 304 buracos grandes. No ano passado, a CNT havia verificado 230 buracos grandes nos trechos pesquisados.
 
Uma das erosões encontradas está na BR 101-BA. Segundo a CNT, ela existe há três anos.
 
O trecho considerado em pior estado no país é o que liga Natividade (TO) a Barreiras (BA), envolvendo a rodovias BA-460, BA-460/BR-242, TO-040 e TO-280.
 
“A má qualidade das rodovias é reflexo de um histórico de baixos investimentos no setor. Em 2015, o investimento federal em infraestrutura de transporte em todos os modais foi de apenas 0,19% do PIB”, aponta a pesquisa.
 
Crise
O diretor executivo da CNT, Bruno Batista, disse que não é possível projetar o impacto que a crise atual terá nas rodovias. Entretanto, ele afirmou que uma estagnação nos investimentos por um período prolongado acarretaria em piora da situação das estradas.
 
Batista destacou que a pesquisa verificou que houve um queda maior na qualidade das rodovias estaduais. “Isso deve ser reflexo imediato da crise financeira vivida pelos Estados”, afirmou.
 
Segundo a pesquisa, o percentual de rodovias estaduais com problemas passou de 67,9% em 2015 para 70,7% em 2016. As rodovias consideradas ruins passaram de 25,4% para 27,4%.
 
Concessões
Entre os trechos concedidos, 78,7% foram classificados como ótimos ou bons e 21,3% apresentaram algum problema. O percentual de rodovias concedidas em péssimo estado equivale a 0,1% e, em estado ruim, 1,3%.
 
Todos os 10 melhores trechos rodoviários apontados pela pesquisa estão sob concessão. O mais bem avaliado é o que liga a capital paulista à cidade de Limeira, no interior de SP e que envolve a SP-310 a BR-364 e a SP-348.
 
Custo Brasil
Na pesquisa, a CNT alerta que a má qualidade do pavimento das rodovias aumenta o custo operacional do transporte em 24,9%. Nos trechos considerados péssimos, esse aumento do custo de transporte pode chegar a 91,5%.
 
Segundo o diretor executivo da CNT, Bruno Batista, se todas as rodovias fossem boas ou ótimas o país deixaria de gastar R$ 2,34 bilhões em 2016 somente com diesel usado nos veículos - economia de 774,88 milhões de litros. No Brasil, cerca de 60% das cargas são transportadas por caminhão.
 
Fonte Globo